segunda-feira, 1 de junho de 2009

Entre conchas e papéis de plástico


1
No fundo, as ondas sempre querem dizer alguma coisa. Trazem alguma coisa e levam outras de volta. De vez em quando levam aquilo que acabaram de trazer. Se prestar atenção todo ambiente a nossa volta quer dizer algo, como se fosse um livro interminável, uma história sem fim. Podemos ler e reler de infindáveis maneiras diferentes. Às vezes me fazem pensar na relação de causa e efeito, será que tem algo ver com a batida das asas da borboleta ou será que é tudo conversa mole? É claro que, tudo muda a todo momento, as configurações do espaço-tempo nunca permanecem as mesmas, assim como cada onda que se recolhe deixa a praia com desenhos diferentes, conchas novas, papéis de marcas diferentes. É claro que, nós por sermos “uma espécie superior” as outras, como costumam dizer por aí, futuramente veremos a predominância dos papéis de plástico sobre as conchas e também um peixe morto ali, um siri podre acolá, mas tudo bem, “pra tudo se dá um jeito”, gostam de dizer também. Se não dá para nadar nessa praia aqui, pegamos o carro e vamos para outra. Se não dá para respirar neste lugar, vamos para outro. Se não dá para habitar a Terra vamos para o espaço. É tudo tão simples quanto jogar uma latinha de cerveja no mar, ele vai levá-la embora mesmo. O que seria de nós sem a hipocrisia?

Nenhum comentário:

Postar um comentário