terça-feira, 2 de junho de 2009

Meu coração já está cansado, está pesado, se esforça para bater e carregar. Drummond diz que o coração é muito pequeno para o mundo. Mas será que o coração é que é pequeno ou as coisas é que são muitas? Alvaro de Campos fala que tem apertado ao peito hipotético mais humanidade que Cristo.
Coração, órgão vital que tem como responsabilidade bombear, jorrar, pulsar, expelir, porque então concentra tantas coisas, tanto peso? Amor e ódio, tristeza e alegria, agitação e calmaria.
“São apenas processos cerebrais, seu sistema nervoso funciona assim e assado”, dizem alguns. Está bem, até parece que não está no coração. Porque os cientistas encontram no cérebro o que os artistas e poetas encontram no coração? “Calada a boca, resta o peito (...), calado o peito, resta a cuca”, cantam Gil e Chico.
Ainda assim existem, principalmente nos dias atuais, aqueles que cultuam o vazio, e não são os budistas. Sim, pessoas que parecem não sentir, pessoas vazias. Será esta a voga do século XXI? Viver tão superficialmente, sem jamais conhecer o fundo ou gozar do alto? Viver sem viver, sem experimentar a profundidade daquilo que o ser humano desenvolveu como mágica. Aquilo que os cientistas ainda não explicam, e os artistas tentam diariamente expressar. Onde foi que deixamos tudo isso para trás? Onde foi que nos perdemos? Ou será que fui eu que me perdi?
Meu coração já está cansado, está pesado...

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